Itaú BBA estima potencial de 3,5 bilhões de toneladas de CO₂ evitadas com conversão de pastagens no Brasil 6h6o64

Publicado em 10/06/2025 17:58
O REVERTE®️, programa do qual o banco é parceiro financeiro, é a maior iniciativa privada voltada à conversão de áreas degradadas no país; Segundo o Itaú BBA, a transformação dessas áreas pode gerar R$ 904 bilhões em valorização fundiária e ampliar em 52% a produção nacional de grãos

A conversão de pastagens em lavouras tem avançado no Brasil, impulsionada por fatores econômicos, tecnológicos e ambientais. Com uma das maiores áreas de pastagens do mundo, o país possui um grande potencial para ampliar sua produção agrícola sem necessidade de avançar sobre novas áreas de vegetação nativa. Cada hectare convertido representa um hectare a menos que poderia ser desmatado. Com base nessa premissa, o Itaú BBA estima que, ao evitar a abertura de 28 milhões de hectares, o Brasil pode deixar de emitir até 3,5 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente. 301g3s

Segundo a Embrapa, cerca de 28 milhões de hectares de pastagens no país apresentam níveis de degradação intermediário a severo, mas com potencial para serem convertidos em áreas agricultáveis. Os estados com maior aptidão para essa conversão são Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e Pará (2,1 milhões de ha).

“Para que áreas de pastagem tenham potencial de recuperação ou conversão para outros sistemas de produção além da pecuária, é necessário que apresentem condições adequadas de clima, topografia e altitude, o que confere algum nível de aptidão agrícola. Um outro fator importante a ser considerado é o nível prévio de degradação do pasto. Dependendo do grau de deterioração, as práticas a serem adotadas para a recuperação podem variar e elevar o custo da operação”, explica Francisco Queiroz, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA.

De acordo com o relatório do banco, o investimento necessário para converter os 28 milhões de hectares brasileiros é estimado em R$ 482,6 bilhões, considerando a implantação completa, com maquinário e infraestrutura. Caso se leve em conta apenas insumos e operações em propriedades já equipadas com máquinas e benfeitorias necessárias, o valor cai para R$ 188,7 bilhões.

Lançado em 2019, o programa REVERTE®️, iniciativa da Syngenta da qual o Itaú BBA é o parceiro financeiro, busca viabilizar a conversão técnica e financeira de pastagens degradadas em áreas produtivas. Inicialmente implementado em Mato Grosso, Goiás e Maranhão, o programa se expandiu para outras regiões, incluindo um projeto piloto no Paraguai. A TNC – The Nature Conservancy – , é parceira do programa na atuação sobre o bioma Cerrado.

“No Brasil, o REVERTE® é um dos programas que nos permite evidenciar o nosso compromisso com a evolução de nossa agenda de ESG, uma vez que o programa está totalmente alinhado às nossas prioridades de sustentabilidade, que contemplam metas como: mais produtividade, com menos impacto; regenerar o solo e a natureza; aumentar a prosperidade rural e viabilizar operações mais sustentáveis”, pontua André Savino, presidente da Syngenta Proteção de Cultivos no Brasil.

“Um dos diferenciais do programa é ampliar o o ao crédito com prazos e condições adequadas ao ciclo de retorno do investimento. O Brasil tem a oportunidade de liderar uma nova revolução tropical sustentável, aliando produtividade e conservação ambiental. Para isso, será fundamental a coordenação entre políticas públicas, financiamento privado e ciência agronômica. No Itaú BBA, entendemos que transformar pastagens degradadas é uma decisão estratégica, com impacto direto na economia, no clima e na sociedade”, afirma Queiroz.

A conversão dessas áreas representa um salto expressivo na produção nacional de grãos. A incorporação de 28 milhões de hectares à soja, por exemplo, significaria um aumento de 59% sobre os 47,5 milhões de hectares atualmente cultivados. Isso representaria mais de 100 milhões de toneladas adicionais de soja — o equivalente a mais de duas safras do Mato Grosso ou duas Argentinas.

A perspectiva também se aplica à segunda safra de milho. Considerando o modelo brasileiro de produção, que permite duas safras no mesmo ano, o relatório aponta um crescimento potencial de 10,2 milhões de hectares na área do milho safrinha, com incremento estimado de 52,8 milhões de toneladas.

Somando soja e milho, a conversão poderia adicionar 158 milhões de toneladas à safra nacional. Com uma produção atual combinada de 300 milhões de toneladas (170 milhões de toneladas de soja e 130 milhões de milho), o ganho representa um salto de 52%.

Outro impacto relevante apontado pelo estudo do Itaú BBA é a valorização fundiária das áreas, que pode alcançar R$ 904 bilhões. Além disso, a elevação da produção de grãos tende a gerar externalidades positivas, como o aumento da competitividade da cadeia de proteínas animais, a intensificação da pecuária de corte e a maior oferta de biocombustíveis.

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Fonte:
Itaú BBA

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